terça-feira, 5 de julho de 2011

Dilma pode passar BNB e Basa para Ministério da Integração

PT resiste à mudança que fortaleceria ministério do PSB 

A presidente Dilma Rousseff avalia tirar o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco da Amazônia (Basa) da esfera de atuação do Ministério da Fazenda e transferir as duas instituições financeiras para o Ministério da Integração Nacional, no intuito de fortalecer suas ações de desenvolvimento regional e concentrar o financiamento em empreendimentos de pequeno porte. 

A ideia parte do pressuposto de que, sendo os dois bancos abastecidos fundamentalmente com recursos de fundos constitucionais e de desenvolvimento regional, ele deveriam estar na órbita da Integração Nacional, que é o ministério responsável por estabelecer as diretrizes gerais de sua aplicação. Somente neste ano, esses fundos disponibilizaram mais de R$ 20 bilhões em investimentos.

No entanto, o entrave maior para essa realocação é muito mais político do que administrativo. O motivo é que a transferência significaria tirar do PT (Guido Mantega) o controle sobre esses dois bancos. O Basa hoje é presidido por Abidias José de Sousa Júnior, indicado pela ex-governadora do Pará Ana Júlia Carepa (PT). O BNB teve seu novo presidente nomeado há 15 dias. Trata-se de Jurandir Santiago, apadrinhado pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), e pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE). Ele substituiu Robert Smith, também indicado por Guimarães e que ficou oito anos e meio no cargo.

"Isso é um erro. Transformaria esses bancos em agências de desenvolvimento e eles são muito mais do que isso. Eles têm que ser fortalecidos enquanto bancos de desenvolvimento regional, mas não podem perder o foco na atuação comercial", disse Guimarães, que também é vice-presidente do PT e vice-líder do governo na Câmara. Ele quer manter os bancos no Ministério da Fazenda, e ressalta não ter conhecimento desse debate sobre a mudança dentro do Palácio do Planalto.

Dilma, porém, já tratou do assunto em pelo menos uma reunião ministerial. Ela avalia que a ideia é boa e pode ser desenvolvida no decorrer de seu mandato. Antes disso, acha que uma boa sinalização nesse sentido é permitir que o ministro da Integração Nacional, Fernando Coelho Bezerra (PSB), desempenhe também o cargo de presidente do Conselho do BNB e do Basa. Atualmente, quem escolhe esses postos é o ministro da Fazenda, Guido Mantega. 

A ideia vem sendo trabalhada também pelo presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, sob a justificativa de que, do mesmo modo com que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tem o BNDES como banco de fomento, a Integração Nacional também deve atuar juntamente com o banco ligado à sua área. Outro exemplo citado de relação estreita e proveitosa é o do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal no que se refere ao desenvolvimento de políticas de saneamento e habitação. A Caixa, porém, por ter muitas outras finalidades, está sob a tutela da Fazenda. 

"Não chegaria a dizer que é uma meta a transferência desses bancos para a Integração. Nós vemos mais como uma tendência e consequência natural de um processo de planejamento mais estruturado por parte do governo", afirma o secretário de fundos e incentivos fiscais do Ministério da Integração Nacional, Jenner Guimarães. 

Funcionário de carreira do BNB desde 1976, foi presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) no primeiro mandato de Eduardo Campos no governo de Pernambuco. Desde janeiro, ocupa a secretaria criada pelo ministro Fernando Bezerra Coelho neste ano para concentrar todos os fundos existentes na Pasta, antes distribuídos em diferentes instâncias internas e, em decorrência disso, com sobreposição de finalidades. 

Com isso, segmentou-se a destinação de cada um deles. Os fundos de desenvolvimento regional da Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE), que neste ano contam com, respectivamente, R$ 1,18 bilhão e R$ 1,78 bilhão, terão por finalidade financiar grandes projetos estruturadores, de preferência com parceria do BNDES. Já para os fundos constitucionais, do Norte (FNO), com R$ 3,4 bilhões; do Nordeste (FNE), com R$ 10,6 bilhões; e do Centro-Oeste (FCO), com R$ 4,6 bilhões, o foco serão os pequenos empreendimentos e o estímulo aos arranjos produtivos locais. 

É neste ponto específico que o ministério tem tentado convencer a presidente sobre a transferência, uma vez que se enquadra nas metas de desenvolvimento local e atenção à nova classe média empreendedora emergente nos últimos anos no país. "As políticas e os programas de desenvolvimento regional já são trabalhados aqui. Somente a operacionalização é que não é", conclui Jenner Guimarães.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vereadores cobram debate com a população sobre Mensagem que modifica Plano Diretor


Os vereadores que assistiram à apresentação das modificações propostas ao Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDPFOR), objeto de Mensagem que tramita na Câmara, cobraram dos representantes do Executivo a viabilização de espaços de participação popular sobre a proposição. Segundo eles, a discussão com a sociedade civil reflete o que já fora feito à época da aprovação do Plano.
“Não há como negar a participação do povo na discussão do Plano Diretor, mas esse processo de modificações se dá sem essa participação. Esse debate que se dá aqui não supre pelo menos uma ou mais audiências para que possamos nos apropriar da matéria”, declarou João Alfredo. Walter Cavalcante (sem partido) reiterou essa opinião e sugeriu que fosse realizada audiência pública.
Carlos Mesquita (PMDB) ressaltou que a discussão com setores da sociedade só é válida quando feita com pessoas que possuam conhecimento técnico. Eliana Gomes (PCdoB) discordou e deu como exemplo o caso dos moradores do Lagamar, que exigiram a transformação da área em uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis). O presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT) informou que a Câmara realizará audiência para debater a Mensagem, solicitada por meio de requerimento já aprovado.
Embora concordando com os vereadores, o procurador geral do Município, Martônio Mont’Alverne, afirmou que não é possível alcançar os níveis máximos de democracia e de governabilidade ao mesmo tempo. Como meio de suprir a participação popular, segundo ele, a discussão sobre as modificações ocorre “por meio dos legítimos representantes do povo”. Respondendo à pergunta de Salmito Filho (PT), Martônio afirmou que a mensagem foi amplamente discutida no Comissão Permanente do Plano Diretor (CPPD).
O procurador esclareceu que a mensagem não é ainda uma regulamentação do Plano Diretor, mas realiza mudanças necessárias em aspectos considerados emergenciais referindo-se à legislação anterior, como a Lei de Uso e Ocupação do Solo.

Fonte: CMFOR

Inácio Arruda pode ser indicado para relatar MP da Copa

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deve indicar ainda hoje o senador Inácio Arruda (PC do B-CE) para relatar a medida provisória (MP) 527, que trata de regras específicas para as licitações de obras e serviços relacionados à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016. A escolha levou em conta o fato de Arruda ser do mesmo partido do ministro do Esporte, Orlando Silva. A MP deverá ser votada na próxima quarta-feira, informou hoje o líder do governo na Casa, o senador Romero Jucá (PMDB-RR). Ele entende que o tema está "bem encaminhado" e que deverá ser mantido o mesmo texto que foi aprovado na quarta-feira na Câmara Federal.

Fonte: Agência O Estado

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