quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Salmito Filho e uma nova configuração da cena política

Salmito e um novo momento

A saída do vereador Salmito Filho do PT, anunciada ontem em pronunciamento na tribuna da Câmara de Fortaleza – instituição que ele presidiu -, tem significado especial na tormenta pré-eleitoral que vem cobrindo a base aliada da prefeita Luizianne Lins. A expressão de Salmito no PT, no qual militava desde o movimento estudantil, era inquestionável. Somava credibilidade e respeito político. Chocou-se, no entanto, com Luizianne, a quem atribui coordenar uma orquestração de estratégias para boicotá-lo. Ou seja, para o PT e o eleitor fica a explicação de que a prefeita de Fortaleza e presidente estadual do partido manobrou para que um quadro importante, de postura marcada pelo equilíbrio, se desfiliasse. E não por discordar de posições da sigla, mas questões pessoais. Outro ponto também é emblemático. Refere-se ao destino de Salmito, o PSB. O vereador ingressará no Partido Socialista praticamente ao mesmo tempo em que Luizianne e seu principal aliado, Sérgio Novais, perdem a força. Uns saem, outros entram.



Cenário de ontem

Enquanto se afastava de Luizianne Lins, Salmito Filho se aproximou gradativamente do governador Cid Gomes (PSB). Na campanha de 2010, quando Cid foi reeleito, Salmito esteve em quase todas as atividades. Subiu em palanques, gastou sola de sapato em caminhadas, distribuiu adesivos em carreatas. Diferentemente de Luizianne.


Cenário de hoje

A migração do ex-presidente da Câmara para o PSB agrega novo elemento às conversas que partidos da base da prefeita e do governador travam de olho na sucessão de 2012. Salmito não está entre os 13 nomes que Luizianne listou como potenciais candidatos à sua sucessão. Mas em 2010 Cid o elogiava publicamente. Entenda quem quiser.
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Vale observar que ontem mesmo o PT se apressou em anunciar para o próximo dia 3 uma reunião na qual discutirá se reivindicará o mandato de Salmito.
Em tese, o mandato é do partido. No entanto, Salmito alegou estar sendo perseguido politicamente pela prefeita Luizianne Lins. E documentação farta sobre isso ele tem. Desde quando foi candidato a presidente da Câmara, passando pelos dois anos de mandato – e de verbas curtíssimas – à impossibilidade de apresentar ideias e propostas, como ele mesmo disse, na fase final de sua vida como petista.

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